quarta-feira, 9 de janeiro de 2013


 

PROJETO VALORES NA APRENDIZAGEM

 

COORDENAÇÃO: ANTONIO CARLOS DA SILVA

    SÃO JOSÉ – SC 

   

PROJETO VALORES NA APRENDIZAGEM:  INTERVENÇÕES PEDAGÓGICAS EM SALA DE AULA.

 



Introdução


            Desde os primórdios da humanidade vemos e sentimos a necessidade de justificar nossas ações, por vivermos em comunidades com várias pessoas que pensam de maneiras diferentes, e que precisamos respeitar a opinião de cada um sem nenhuma distinção de cor , raça, religião e etnias. Com a contribuição do curso de Especialização em Educação Integral da UFSC, no módulo Currículo e Organização do Trabalho Pedagógico na Educação Integral, sobre a orientação das professoras Adriana Mohr, Jane Bitencourt e o professor Juares da Silva Thiesen, consegui elaborar este projeto como proposta de trabalho, que em conjunto com a  equipe pedagógica e os educadores(as) do Programa Mais Educação do Centro Educacional Municipal Jardim Solemar de São José, que conta com aproximadamente 120 educandos do 3º ano do ensino fundamental até a 8ª série, colocaremos em prática. 

 

 
Justificativa

 
            Vemos hoje que o ser humano de maneira geral tem se esquecido dos valores tão essenciais para uma boa convivência. Foi observando em algumas salas de aulas, inclusive aquelas em que estive desenvolvendo algumas atividades, que verifiquei as dificuldades que muitos educandos têm em se relacionarem de maneira respeitosa e afetiva com colegas e educadores, senti a grande necessidade de estar resgatando esses valores.      

 Toda educação tem por fim, criar hábitos que tornem possível viver em sociedade, aumentar seus benefícios, reduzir seus inconvenientes e colaborar com o progresso coletivo, para que todos possam tirar o máximo proveito, pois o ser humano é social por natureza e necessita dos demais desde o seu nascimento até o fim da vida.

Desejo que os educandos do programa mais educação sejam mais felizes, por essa razão procurarei com a participação dos educadores (as) incliná-los para os valores que os farão adultos responsáveis em busca de um futuro melhor para si e para a humanidade.            

           

 
Objetivo geral:



            Este projeto tem como objetivo revolucionar o ensino trabalhando o lado pessoal, a relação humana e ao mesmo tempo oportunizando aos educandos situações de aprendizagens mais eficazes, capazes de elevar o desenvolvimento cognitivo reduzindo a reprovação e distorção idade-série.

 

Objetivos específicos:

*Elevar a autoestima do educando (Socialização);

*Valorizar-se como pessoa (Socialização);

*Demonstrar interesse em ser melhor (Socialização);

*Respeitar os colegas e a si mesmo (Socialização);

*Gerar palavras que combinem com suas qualidades (Português);

* Realizar dinâmicas de grupo (Artes);

* Produzir textos com coerência (Português);

 * Incentivar à prática da leitura (Português);

*Sentir-se seguro da própria capacidade de expressar oralmente e por escrito suas ideias e opiniões (Português e Teatro);

*Interessar-se pela leitura e escrita como fonte de fruição, estética e entretenimento (Português);

*Produzir gráficos pontuando semelhanças e diferenças do grande grupo (Matemática);

* Promover uma tabela de pontuação das atividades (Matemática);

*Expressar através da dança os valores trabalhados durante o projeto (Dança);

 

Metodologia

 

# Apresentação do tema VALOR para um debate em sala, onde será observado o que cada educando entende por valor, ética, respeito, amor e afetividade.

# Em roda de conversa com os educandos, promover debates sobre o tema a ser trabalhado como por ex: amizade, o que é amizade para você? Qual diferença entre amizade e amor? Você tem amigos? Os aceita como são? Respeita e valoriza o que ele faz? O que é respeito? Quais são as atitudes que devemos tomar como uma pessoa  que respeita os outros? Você é um adolescente solidário? Está sempre disposto a ajudar as pessoas a qualquer momento? Renunciaria a alguma coisa que gosta muito em prol de outra? E várias outras.

# Cruzadão de valores.

# Montagem de murais com tabelas.

# Criação do mural: “Deixe sua mensagem para seus colegas”. Cada educando estará confeccionando e escrevendo mensagens para seus colegas pelo menos uma vez por semana. 

# desenvolver atividades com músicas em artes e português.

# Pesquisa na internet.

# Formulação de problemas matemáticos que envolvam amigos.

# Propor aos alunos a estarem escrevendo o maior número de palavras possíveis, em seguida ir a frente fazer a leitura para os seus colegas e explicar o significado das mesmas para sua vida. Caso não saibam deverão pesquisar no dicionário.

# Atenção e concentração em momentos de leitura e narração do que leu.

# Dinâmicas de tirar o chapéu: o aluno que estiver com o chapéu deverá ir a frente e dizer para quem ele vai tirar o mesmo e por quê.

# Dinâmica pescaria das virtudes: Será montada uma pescaria onde os peixes serão palavras de virtudes com pontuação.

# Escrita de uma carta para o seu melhor amigo (a).

#Os educandos deverão fazer acrósticos com as palavras tipo respeito e responsabilidade;

# Filmes que falam de valores, que tenham cunho de ensino aprendizagem:

·         Meu nome é rádio;

·         Desafiando gigantes;

·         A fuga das galinhas.

·         Outros...

 

Avaliação

      Com o intuito de efetivar e amenizar o desenvolvimento e a execução do “Projeto Valores na Aprendizagem” em parceria com os educadores (as), serão pontuados logo abaixo recursos de avaliação direta e indireta:

Indireta:

·         Formação do portfólio de atividades;

·         Registros ortográficos;

·         Criação e exposição de cartazes na Escola e sala de aula com intuito de divulgar o trabalho;

·         Observação pessoal do comportamento dos educandos, durante a execução das atividades;

 

Direta:

·         Levantamento na própria sala de aula para averiguar se houve progressos no resgate dos valores e no processo ensino aprendizagem.

 

 

 

 

 

sábado, 5 de janeiro de 2013

O PR0CESSO DE INTEGRAÇÃO DAS MÍDIAS NA ESCOLA


O Processo de Integração das Mídias na Escola 


O que procurarei discorrer nessas linhas é o que cosegui apreender nas aulas do Curso de Especialização em Educação Integral da Universidade Federal de Santa Catarina, com os professores(as) Nestor, Adriana,  Juares,  Jane, Ilana, as oficinas coordenadas pelos professores colaboradores, tendo como referencial o texto do livro Desafios na Comunicação Pessoal de José Manuel Moran . 3ª Ed. São Paulo: Paulinas, 2007, p. 162-166.
Estamos deslumbrados com o computador e a Internet na escola e vamos deixando de lado a televisão e o vídeo, como se já estivessem ultrapassados, não fossem mais tão importantes ou como se já dominássemos suas linguagens e sua utilização na educação. A televisão, o cinema e o vídeo, CD ou DVD, os meios de comunicação audiovisuais, desempenham indiretamente, um papel educacional relevante. Passam-nos continuamente informações, interpretadas; mostram-nos modelos de comportamento, ensinam-nos linguagens coloquiais e multimídia e privilegiam alguns valores em detrimento de outros. A informação e a forma de ver o mundo predominante no Brasil provêm fundamentalmente da televisão. Ela alimenta e atualiza o universo sensorial, afetivo e ético que crianças e jovens, e grande parte dos adultos, levam para sala de aula. Como a TV o faz de forma mais despretensiosa e sedutora, é muito mais difícil para o educador contrapor uma visão mais crítica, um universo mais abstrato, complexo e na contra-mão da maioria como a escola se propõe a fazer.

A TV fala da vida, do presente, dos problemas afetivos, a fala da escola é muito distante e intelectualizada, e fala de forma impactante e sedutora - a escola, em geral, é mais cansativa, concorda? O que tentamos contrapor na sala de aula, de forma desorganizada e monótona, aos modelos consumistas vigentes, a televisão, o cinema, as revistas de variedades e muitas páginas da Internet o desfazem nas horas seguintes. Nós mesmos como educadores e telespectadores sentimos na pele a esquizofrenia das visões contraditórias de mundo e das narrativas (formas de contar) tão diferentes dos meios de comunicação e da escola.
Percebeu que na procura desesperada pela audiência imediata e fiel, os meios de comunicação desenvolvem estratégias e fórmulas de sedução mais e mais aperfeiçoadas: o ritmo alucinante das transmissões ao vivo, a linguagem concreta, plástica, visível? Mexem com o emocional, com as nossas fantasias, desejos, instintos. Passam com incrível facilidade do real para o imaginário, aproximando-os em fórmulas integradoras, como nas telenovelas.
Em síntese, os Meios são interlocutores constantes e reconhecidos, porque competentes, da maioria da população, especialmente da infantil. Esse reconhecimento significa que os processos educacionais convencionais e formais como a escola não podem voltar as costas para os meios, tão atraente e tão eficiente. A maior parte do referencial do mundo de crianças e jovens provém da televisão. Ela fala da vida, do presente, dos problemas afetivos, a escola é muito distante e abstrata, e fala de forma viva e sedutora, a escola, em geral, é mais cansativa.
As crianças e jovens se acostumaram a se expressar de forma polivalente, utilizando a dramatização, o jogo, a paráfrase, o concreto, a imagem em movimento. A imagem mexe com o imediato, com o palpável. A escola desvaloriza a imagem e essas linguagens como negativas para o conhecimento. Ignora a televisão, o vídeo; exige somente o desenvolvimento da escrita e do raciocínio lógico. É fundamental que a criança aprenda a equilibrar o concreto e o abstrato, a passar da espacialidade visual, para o raciocínio da lógica falada e escrita. Não se trata de opor os meios de comunicação às técnicas convencionais de educação, mas de integrá-los, de aproximá-los para que a educação seja um processo completo, rico, estimulante. A escola precisa observar o que está acontecendo nos meios de comunicação e mostrá-lo na sala de aula, discutindo-o com os educandos, ajudando-os a que percebam os aspectos positivos e negativos das abordagens sobre cada assunto.
Precisamos, em conseqüência, estabelecer pontes efetivas entre educadores e meios de comunicação. Educar os educadores para que, junto com os seus educandos, compreendam melhor o fascinante processo de troca, de informação-ocultamento-sedução, os códigos polivalentes e suas mensagens. Educar para compreender melhor seu significado dentro da nossa sociedade, para ajudar na sua democratização, onde cada pessoa possa exercer integralmente a sua cidadania.
Em que níveis pode ser pensada a relação Comunicação, Meios de Comunicação e Escola? Entendemos que esta pode ser pensada em três níveis:

1. Organizacional

2. De Conteúdo

3. Comunicacional
- No nível Organizacional: uma escola mais participativa, menos centralizadora, menos autoritária, mais adaptada a cada indivíduo. Para isso, é importante comparar o nível do discurso, do que se diz ou se escreve, com a práxis com as efetivas expressões de participação.
- No nível de Conteúdo: uma escola que fale mais da vida, dos problemas que afligem os jovens. Tem que preparar para o futuro, estando sintonizada com o presente. É importante buscar nos meios de comunicação abordagens do quotidiano e incorporá-las criteriosamente nas aulas.
- No nível Comunicacional: conhecer e incorporar todas as linguagens e técnicas utilizadas pelo homem contemporâneo. Valorizar as linguagens audiovisuais, junto com as convencionais.
Tem-se enfatizado a questão do conhecimento como essencial para uma boa educação. É básico ajudar o educando a desenvolver sua(s) inteligência(s), a conhecer melhor o mundo que o rodeia. Por outro lado, fala-se da educação como desenvolvimento de habilidades: "Aprender a aprender", saber comparar, sintetizar, descrever, se expressar.
Desenvolver a inteligência, as habilidades e principalmente, as atitudes. Ajudar o educando a adotar atitudes positivas, para si mesmo e para os outros. Aqui reside o ponto crucial da educação: ajudar o educando a encontrar um eixo fundamental para a sua vida, a partir do qual possa interpretar o mundo (fenômenos de conhecimento), desenvolva habilidades específicas e tenha atitudes coerentes para a sua realização pessoal e social. [[Ver o capítulo A comunicação na educação do livro Mudanças na comunicação pessoal de José Manuel Moran, São Paulo, Paulinas, 2000, páginas, 155-166]].
A transmissão de informação é a tarefa mais fácil e onde as tecnologias podem ajudar o professor a facilitar o seu trabalho. Um simples CD-ROM contém toda a Enciclopédia Britânica, que também pode ser acessada on line pela Internet. O educando nem precisa ir a escola para buscar as informações. Mas para interpretá-las, relacioná-las, hierarquizá-las, contextualizá-las, só as tecnologias não serão suficientes. O professor o ajudará a questionar, a procurar novos ângulos, a relativizar dados, a tirar conclusões.
Que outras contribuições as tecnologias podem dar ao professor? As tecnologias também ajudam a desenvolver habilidades, espaço-temporais, sinestésicas, criadoras. Mas o professor é fundamental para adequar cada habilidade a um determinado momento histórico e a cada situação de aprendizagem.
As tecnologias são pontes que abrem a sala de aula para o mundo, que representam, medeiam o nosso conhecimento do mundo. São diferentes formas de representação da realidade, de forma mais abstrata ou concreta, mais estática ou dinâmica, mais linear ou paralela, mas todas elas, combinadas, integradas, possibilitam uma melhor apreensão da realidade e o desenvolvimento de todas as potencialidades do educando, dos diferentes tipos de inteligência, habilidades e atitudes.
As tecnologias permitem mostrar várias formas de captar e mostrar o mesmo objeto, representando-o sob ângulos e meios diferentes: pelos movimentos, cenários, sons, integrando o racional e o afetivo, o dedutivo e o indutivo, o espaço e o tempo, o concreto e o abstrato.
A educação é um processo de construção da consciência crítica. Como então se dá esse processo? Essa construção começa com a problematização dos dados que nos chegam direta e indiretamente, através dos meios, por exemplo, recontextualizando-os numa perspectiva de conjunto, totalizante, coerente, um novo texto, uma nova síntese criadora. Essa síntese integra os dados tanto conceituais quanto sensíveis, tanto da realidade quanto da ficção, do presente e do passado, do político, econômico e cultural. Falamos assim, de uma educação para a comunicação. Uma educação que procura ajudar as pessoas individualmente e em grupo a realizar sínteses mais englobantes e coerentes, tomando como partida as expressões de troca que se dão na sociedade e na relação com cada pessoa; ajudar a entender uma parte dessa totalidade a partir da comunicação enquanto organização de trocas tanto ao nível interpessoal como coletivo.

 A educação para a comunicação precisa da articulação de vários espaços educativos, mais ou menos formais: educação ao nível familiar, trabalhando a relação pais-filhos-comunicação, seja de forma esporádica ou em momentos privilegiados, em cursos específicos também. A relação comunicação-escola, uma relação difícil e problemática, mas absolutamente necessária para o enriquecimento de ambas, numa nova perspectiva pedagógica, mais rica e dinâmica. Comunicação na comunidade, analisando os meios de comunicação a partir da situação de uma determinada comunidade e interpretando concomitantemente os processos de comunicação dentro da comunidade. Educação para a comunicação é a busca de novos conteúdos, de novas relações, de novas formas de expressar esses conteúdos e essas relações. 
A escola precisa exercitar as novas linguagens que sensibilizam e motivam os educandos, e também combinar pesquisas escritas com trabalhos de dramatização, de entrevista gravada, propondo formatos atuais como um programa de rádio uma reportagem para um jornal, um vídeo, onde for possível. A motivação dos alunos aumenta significativamente quando realizam pesquisas, onde se possam expressar em formato e códigos mais próximos da sua sensibilidade. Mesmo uma pesquisa escrita, se o educando puder utilizar o computador adquire uma nova dimensão e, fundamentalmente, não muda a proposta inicial.
Antes de a criança chegar à escola, já passou por processos de educação importantes: pelo familiar e pela mídia eletrônica. No ambiente familiar, mais ou menos rico cultural e emocionalmente, a criança vai desenvolvendo as suas conexões cerebrais, os seus roteiros mentais, emocionais e suas linguagens. Os pais, principalmente a mãe, facilitam ou complicam, com suas atitudes e formas de comunicação mais ou menos maduras, o processo de aprender a aprender dos seus filhos. A criança também é educada pela mídia, principalmente pela televisão. Aprende a informar-se, a conhecer os outros, o mundo, a si mesmo a sentir, a fantasiar, a relaxar, vendo, ouvindo, "tocando" as pessoas na tela, que lhe mostram como viver, ser feliz e infeliz, amar e odiar. A relação com a mídia eletrônica é prazerosa  ninguém obriga é feita através da sedução, da emoção, da exploração sensorial, da narrativa aprendemos vendo as estórias dos outros e as estórias que os outros nos contam. Mesmo durante o período escolar a mídia mostra o mundo de outra forma mais fácil, agradável, compacta sem precisar fazer esforço. Ela fala do cotidiano, dos sentimentos, das novidades. A mídia continua educando como contraponto à educação convencional, educa enquanto estamos entretidos. A educação escolar precisa compreender e incorporar mais as novas linguagens, desvendar os seus códigos, dominar as possibilidades de expressão e as possíveis manipulações. É importante educar para usos democráticos, mais progressistas e participativos das tecnologias, que facilitem a evolução dos indivíduos. O poder público pode propiciar o acesso de todos os educandos às tecnologias de comunicação como uma forma paliativa, mas necessária de oferecer melhores oportunidades aos pobres, e também para contrabalançar o poder dos grupos empresariais e neutralizar tentativas ou projetos autoritários.
Se a educação fundamental é feita pelos pais e pela mídia, urgem ações de apoio aos pais para que incentivem a aprendizagem dos filhos desde o começo das vidas deles, através do estímulo, das interações, do afeto. Quando a criança chega à escola, os processos fundamentais de aprendizagem já estão desenvolvidos de forma significativa. Urge também a educação para as mídias, para compreendê-las, criticá-las e utilizá-las da forma mais abrangente possível.
A educação para os meios começa com a sua incorporação na fase de alfabetização. Alfabetizar-se não consiste só em conscientizar os códigos da língua falada e escrita, mas dos códigos de todas as linguagens do homem atual e da sua interação. A criança, ao chegar à escola, já sabe ler histórias complexas, como uma telenovela, com mais de trinta personagens e cenários diferentes. Essas habilidades são praticamente ignoradas pela escola, que, no máximo, utiliza a imagem e a música como suporte para facilitar a compreensão da linguagem falada e escrita, mas não pelo seu intrínseco valor. As crianças precisam desenvolver mais conscientemente o conhecimento e prática da imagem fixa, em movimento, da imagem sonora e fazer isso parte do aprendizado central e não marginal. Aprender a ver mais abertamente, o que já estão acostumadas a ver, mas que não costumam perceber com mais profundidade (como os programas de televisão).
Antes de pensar em produzir programas específicos para as crianças, convém retomar, estabelecer pontos com os produtos culturais que lhes são familiares. Fazer re-leituras dos programas infantis, re-criação desses mesmos programas, elaboração de novos conteúdos a partir dos produtos conhecidos. Partir do que o rádio, jornal, revistas e televisão mostram para construir novos conhecimentos e desenvolver habilidades. Não perder a dimensão lúdica da televisão, dos computadores. A escola parece um desmancha prazeres. Tudo o que as crianças adoram a escola detesta, questiona ou modifica. Primeiro deve-se valorizar o que é valorizado pelas crianças, depois procurar entendê-lo (os professores e os pais) do ponto de vista delas, crianças, para só mais tarde, propor interações novas com os produtos conhecidos. Depois se podem exibir programas adaptados à sua sensibilidade e idade, programas que sigam o mesmo ritmo da televisão, mas que introduzam alguns conceitos específicos que, aos poucos, irão sendo incorporados.



 

 

 

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012



  
CENTRO EDUCACIONAL MUNICIPAL JARDIM SOLEMAR


Programa Mais Educação

 
Coordenador: Professor Antonio Carlos da silva

 

           
            Os vários profissionais que atuaram com suas respectivas disciplinas no Programa Mais Educação no centro escolar, com as oficinas: Artes Visuais, Dança, Teatro, Português, Letramento, Esporte Coletivo, Cerâmica, Matemática, perfazendo um total de mais de 120 educandos, trabalharam para uma formação integral de crianças, adolescentes e jovens, por meio de articulação de ações, de projetos suas contribuindo com as propostas, visões e práticas curriculares da rede pública municipal de São José.
            Com a ampliação do tempo de permanência na escola, foi possibilitado a garantia na aprendizagem e reinventamos o modo de organização dos tempos, espaços e lógicas que presidem os processos da escola, superando assim o caráter discursivo e abstrato, que por vezes predominaram na escola.
            As atividades foram desenvolvidas dentro do nosso espaço escolar, conforme a disponibilidade e os meios informativos, visuais, televisuais de nossa escola, ou fora dela, em espaços distintos da nossa cidade, como as atividades realizadas na Unisul, as saídas de estudos, pesquisas, lazer, mediante a utilização de equipamentos sociais e culturais aí existentes e o estabelecimento de parcerias com entidades locais, sempre de acordo com o projeto político-pedagógico.
            Com a ampliação da jornada de trabalho nos esforçamos para realizar o desenvolvimento e apoio pedagógico, reforço e aprofundamento da aprendizagem, em cultura e artes, esporte e lazer, tecnologias de comunicação e informação, afirmação da cultura de direitos humanos, preservando o meio ambiente, promoção da saúde, vivências e práticas socioculturais.
O Programa Mais Educação implicou a mobilização de energias pedagógicas, disposição para um diálogo permanente entre gestores, coordenador, professores, estudantes e comunidade, além de imaginação curricular e pedagógica para responder a nossa diversidade escolar. O Programa Mais Educação, tentou este ano constituir uma estratégia indutora no âmbito pedagógico e curricular, colaborando para o exercício cotidiano da progressiva expansão e reorganização nosso tempo escolar.
            É notório que tivemos problemas de infraestrutura. Nosso espaço de acomodação dos educandos, embora se tenha realizado a construção de novas salas, ainda comprometeu o bom desempenho do trabalho. Mas dentro dos limites, seja de ordem estrutural, ou profissional, educacional nos esforçamos para alcançar o objetivo proposto pelo Programa Mais Educação que nos foi proposto durante este ano.

 

            São José, dezembro de 2012.

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

ESCRITORES DA LIBERDADE


         O roteiro do filme Escritores da Liberdade (Freedom Writers, E.U.A. 2007.),  expõe de forma alarmante temas dentro da estrutura educacional e social, em que as “políticas” de democratização ao acesso a educação ocorre de maneira a suscitar desigualdades e injustiças. A situação fica clara quando o sistema separa os educandos inteligentes dos considerados como problemáticos, sem analisar o verdadeiro potencial do educando.
          Dentro da nossa realidade brasileira temos um grande potencial e principalmente um defensor da política de democratização do ensino de fato, Paulo Freire, que é defensor de um ensino-aprendizagem libertador, uma aprendizagem em que o educando poderá falar, mostrar suas opiniões e ser ouvido, ao final ser capaz de mudar sua realidade. O conhecimento não é algo intrínseco só do educador, com certeza advêm também do educando, pode até não ser um conhecimento tão culto, porém de grande valia. O processo de ensino-aprendizagem é uma via de mão dupla, tanto para o educador como para o educando, pois ora o educador ensina e ora ele passa a ser aprendiz. É ingênuo acreditar que o educando é uma “tábua rasa”.
           Uma das cenas que me chama a atenção, e que pode ser usada com muita perspicácia na dinâmica com os nossos educandos na escola, é aquela em que a educadora novata Erin Gruwell desafia os educandos dentro de suas liberdades e individualidades a redigirem em um caderno a história da vida de cada um(a). Ela se surpreende em verificar tamanha criação sendo produzida por tão grandes e belas almas. Dai provem o nome do filme Escritores(As) da Liberdade. 
      Essa metodologia que a princípio pode parecer tão simplista, poderá despertar em nossos educandos(as) a naturalidade creacionária, imaginária, artística, um apoderamento de suas histórias individuais e coletivas.
          

terça-feira, 31 de julho de 2012

O CONHECIMENTO ESCOLAR

               
                              

               A educação escolar precisa perder a "mania de grandeza", de falar uma língua que esteja distante de seu público, precisa assumir os seus limites e centrar os esforços em cumprir bem a tarefa de ajudar os educandos(as) a desenvolver os seus conhecimentos. De posse desses, eles terão mais instrumentos para atuar na sociedade em que vivem. Essas "ferramentas", diga-se de passagem, podem ser fundamentais para a transformação das condições limitadoras da realização humana. Nesse sentido, vale a pena refletir sobre o que diz Morin: "A educação deve contribuir para a autoformação da pessoa (ensinar a assumir a condição humana, ensinar a viver) e ensinar como se tornar cidadão". (Morin, 2002, p.65). A escola não pode esquecer princípios como esses. Sem o estabelecimento de um diálogo profícuo com o "mundo dos jovens", ela deixará de cumprir um de seus papéis, ou seja, contribuir para a inserção dos jovens no mundo dos adultos. 
         O professor, por sua vez, não pode deixar de ter um compromisso profissional, ele precisa assumir que tem uma tarefa importante na sociedade. Não pode mudar o mundo, mas é um elemento fundamental no desenvolvimento cultural da sociedade. Há que se investir numa prática coletiva e solidária, pois só assim o seu trabalho terá sentido. 
            Por fim, diria que a pedagogia não pode se restringir a buscar soluções em outras áreas. Suas flutuações teóricas contribuem para a falta de consistência das diversas propostas de mudanças. A impressão que fica é a de que se muda a todo instante para permanecer no mesmo, ou para piorar os pequenos avanços praticados no interior das escolas. Entendo que não se pode esquecer de colocar em discussão as questões antropológicas que são fundamentais para os projetos de reformas pedagógicas. As mudanças não podem permanecer calcadas na idéia de natureza humana. 
                É preciso partir da idéia de que o homem é um ser social e de que vivemos numa sociedade capitalista de classes sociais. Tentar ocultar isso é "propor mudanças para permanecer no mesmo".

DIVERSIDADE E CURRÍCULO






Nosso convívio com as pessoas portadoras de deficiência nas escolas comuns é recente e gera ainda muito receio entre os (as) educadores(as) que as compõem. Muitos professores se sentem assustados por não disporem de uma formação suficiente para enfrentar o desafio de uma escola inclusiva.
Não se pode aceitar que apenas a presença dos educandos(as) com necessidades educativas especiais na escola seja a concretização de uma educação inclusiva. Além de oferecer oportunidades e espaços que propiciem o contato, a sociabilidade e a integração e convivência do educando(a), a escola deve também oferecer condições para que o educando(a) tenha acesso aos conhecimentos destinados a todos(as) os(as) demais educandos(as).
Oferecer uma resposta adequada à diversidade dos educandos(as), sejam indígenas, mulheres, afro-descendentes, portadores do vírus HIV, pessoas portadoras de algum tipo de necessidades especiais, transexuais, drogados, exige, acima de tudo, uma preocupação especial com a formação daqueles(as) que receberão e trabalharão com esse educando(a). É necessário reforçar a formação continuada dos trabalhadores(as), bem como discutir o currículo dos cursos de licenciatura das agências formadoras de profissionais da educação.
      Talvez, o maior desafio a ser enfrentado por uma educação com propostas de inclusão seja o de convencer os pais, especialmente os que têm filhos excluídos das escolas comuns, de que precisam fazer cumprir o que a Lei prevê quando se trata do direito à educação.
      Nossa rede de ensino de São José, tem dado passos que vão ao encontro de uma proposta educadora mais diversificada e inclusiva no currículo; mas ainda existe profissionais desqualificados, estruturas inadequadas para atender a demanda dos educandos(as), e a ausência de uma política pública educacional mais consistente.







quarta-feira, 4 de julho de 2012

CURRÍCULO E SUJEITOS




            Uma escola sem pessoas seria um edifício sem vida. Quem a torna viva são as pessoas: os alunos, os professores, os funcionários e os pais que, não estando lá permanentemente, com ela interagem. As pessoas são o sentido da sua existência. Para elas existem os espaços, com elas se vive o tempo. As pessoas socializam-se no contexto que elas próprias criam e recriam. É o recurso sem o qual todos os outros recursos seriam desperdícios. Têm o poder da palavra através da qual se exprimem, confrontam os seus pontos de vista, aprofundam os seus pensamentos, revelam os seus sentimentos, verbalizam iniciativas, 
assumem responsabilidades e organizam-se. As relações das pessoas entre si e de si próprias com o seu trabalho e com a sua escola são a pedra de toque para a vivência de um clima de escola em busca de uma educação melhor a cada dia. (AlARCÂO, 2001, p. 20).
            O desafio maior é a construção do Projeto Político Pedagógico que dê conta das necessidades dos educandos. Se faz necessário criar uma rede de educação integral, não só de crianças, adolescentes, jovens dentro da escola, mas de pais, professores, equipe pedagógica. O projeto de educação integral e mais educação trazem políticas educacionais e vem na contramão, e tudo o que vem na contramão atrapalha o trânsito.
            Repensar as própias concepções de tempo de direito e de aprendizagem. Se não repensarmos esses conceitos, esses programas morrerão porque foram pensados para a infância popular, para os pobres, para aqueles (as) que sempre ficaram à margem dos Conceitos de Direito de Aprendizagem. A radicalidade desses programas é que são programas que tem Sujeitos Populares. Os sujeitos não podem ser destinatários, não podem estar no fim da linha, estão cheios de políticas compensatórias. A pergunta é quem são eles e o que foram na história. A partir desses questionamentos é que vamos elaborar os nossos conceitos. O ponto de partida é que eles mostram a vergonha da nossa história social.
            O Mais Educação coloca como foco a Perspectiva e a Análise da Educação. Qual a concepção de educação que precisa ser construída.